quinta-feira, 25 de março de 2010

Princesa da Orla III

Minha/nossa linda Guarujá, aqui estou eu a seus pés uma vez mais e, como sempre, sua beleza me inspira, mesmo nos momentos em que, como agora, o sol está a brincar de esconde-esconde, por entre nuvens carrancudas. Nesse re-encanto inspirador da brincadeira cósmica, postei, já em 05/09/2009, o poema “Marcas Fugazes”, que, embora não o tenha revelado no tempo devido (mea culpa), foi escrito em tua homenagem.

O fato é que, nos últimos, digamos...55 anos(!) me permito voltar a brincar de poetiza de tempos em tempos e, agora, tenho a feliz oportunidade de participar do projeto “Duplo Olhar – Micropoemas em Macrofotografias”, em parceria com a fotógrafa e artista plástica Cristina Domingos, munícipe de Santos, cujo site pode ser acessado (como informei na postagem anterior) em link deste blog.

Alguns dos micropoemas foram criados especialmente para a Mostra que faremos em junho; outros foram extraídos de m/escritos poéticos ou em prosa, antigos ou mais recentes, como o poema acima citado, concebido em um passeio pelo calçadão de Pitangueiras numa tarde carregada de nuvens e nostalgia. As marcas fugazes deixadas na areia, à mercê do “des-com-passo” das ondas, entre outras tantas jóias metafóricas que a natureza nos oferece, são instrumentos sincronísticos que se oferecem para transporte da alma a paragens transcendentais.

Paragens habitadas por musas e por moiras, a traçar destinos, encontros e desencontros nos quais a arte emerge como força mediadora... E lá ia eu mergulhando nos mares mitológicos, quando sou trazida à realidade por uma voz arquetípica: meu alter (ou super?) ego – Dª Nena, minha super-conselheira: - “Você começou com uma ode ao sol das três horas da tarde e vai encerrar sob a luz do luar da meia-noite. Isso é o que acontece com quem quer fazer tudo ao mesmo tempo”.

Tento brincar, já que o lúdico é o mote da postagem: - “É que eu sou polivalente”. – “Nem tanto, pois você veio ao Guarujá exatamente pra fugir do estresse. Porque não dá um tempo a si própria? Trate de ir dormir, pra amanhã cedo poder aproveitar a beleza da praia, pés na areia e...” – “Era exatamente sobre isso que eu estava escrevendo. Imagine que...” – “É isso, seu problema é excesso de imaginação. Boa noite”.

Boa noite, Dª Nena; boa noite minha/nossa linda Guarujá, que agora vou me entregar aos braços de Morfeu, o deus m i t o l ó g i c o do............zzzzzzzzzzzzzzzzzzzz.

terça-feira, 16 de março de 2010

Cromoterapia I*

Flora natural

A colorir e curar

As chagas do mundo.

Cromoterapia divina.

* Micropoema que comporá uma das telas do trabalho que a artista plástica Cristina Domingos está preparando para nossa Exposição DUPLO OLHAR - MICROPOEMAS EM MACROFOTOGRAFIAS.

Os poemas que compus para essa série estão sendo inseridos artisticamente em macrofotografias selecionadas para a Mostra.

O site de Cristina Domingos está linkado no blog.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia da Mulher

Ano passado, nesta data, postei uma mensagem intitulada “Dia Internacional de Quem?. Hoje, tendo acabado de entregar o ensaio “Consumismo – Uma questão de Poder” às organizadoras da Coletânea sobre os “20 anos do Código do Consumidor”, a ser lançada em junho, me ocorre perguntar: A quem aproveitam comemorações como o Dia da Mulher, do Idoso, da Criança, etc.?

Antes de mais nada, por questão de justiça, amor e amizade, devo declarar que nos últimos meses tive a honra e o prazer de escrever esse e outros dois trabalhos (“O trabalho Juvenil como panacéia – Uma desconstrução” e “Segregação Ocupacional da Mulher”) em co-participação com a jurista Patrícia Tuma M. Bertolin, a quem já tive oportunidade de citar no blog
[1] .

Faço o registro como uma homenagem a todas as mulheres, esposas/mães profissionais ou “meras” donas de casa (quando as possuem), que se desdobram em todos os quadrantes da Terra para atender aos homens, a quem nunca foi dedicado um “Dia”, quiçá porque todos os dias/minutos/horas ainda, de certa forma, lhes pertençam.

Mas, honra seja feita também aos homens cuja supremacia tem sido posta à prova nestes novos tempos em que a mulher foi à luta para (re)conquistar o lugar do qual foi desalojada desde os tempos da Deusa-Mãe, com o (des)assentamento androcrático; aos homens de boa vontade que, superando seus próprios preconceitos, se fazem parceiros de todas as horas – não apenas na alegria e na dor – mas, principalmente no trabalho cotidiano do lar, antes reduto (e ônus) exclusivo das mulheres.

Possamos nós, heróis e heroínas anônim@s de todas as idades, raças e credos, encontrar um caminho de equilíbrio de nossas potencialidades para que todos os dias sejam dignos do ser humano, sem que nos precisemos dobrar a injunções dos que se acreditam donos do poder, seja econômico, androcrático ou divino.



[1] Vide “De Rios e agradecimentos”, postado em 13/09/2009