quarta-feira, 5 de maio de 2010

XEQUE-MATE

Como toda escritora que se preza, procuro manter olhos e ouvidos bem abertos (e, na medida do possível, a boca fechada – ainda que não me rodeiem mosquitos). Assim, eventualmente, sou brindada pela inspiração com alguns insights mais (do meu ponto de vista) ou menos (do ponto de vista d@s crític@s de plantão) interessantes.

Consideradas as palavras acima como mero preâmbulo, o que quero dizer é que a(o) observador(a) mais atento, toda reunião de pessoas com objetivos “pretensamente” comuns, seja em encontros de trabalho ou mesmo familiares, acaba se revelando como um microcosmo que reflete as mazelas – e as alegrias, porque não dizer - da sociedade como um todo.

Assim, por conta da fidelidade a compromissos sócio-familiares - e quem não os tem -, tenho participado necessariamente de discussões, debates ou diálogos (como eu preferiria poder chamar esses encontros sobre temas de “interesse comum”) que me permitem filosofar sobre nossos papéis nos diferentes contextos relacionais e as máscaras que utilizamos para desempenhá-los.

Peões e peoas despreparad@s que somos neste descomunal jogo de xadrez em que transformamos a vida, movemos nossos egos (ou por eles somos movid@s) em busca do xeque-mate – meta suprema de tod@ jogador@ -, medindo “forças” com o pretenso adversário, sem nos darmos conta de que @ outr@ é apenas um(a) parceir@ e de que o objetivo do jogo é o aprimoramento de nossas potencialidades.

Abrir caminho para a vitória “comendo” peças que possam tornar-se empecilhos, tocaiar @ inimig@, excluí-l@ sempre que possível, nos causam verdadeiro frenesi nessa ânsia desenfreada pela dominação. Humilhar o Rei – aquel@ em quem projetamos poderes imaginários -, subjugando-o e o fazendo dobrar-se ante tod@s é o supremo delírio a inflar nossos egos.

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