sábado, 18 de dezembro de 2010

RECONSTRUÇÃO

As festas de fim de ano se aproximam e lá vamos nós outra vez...prometendo a nós mesmos que no próximo ano tudo será diferente, sem nos darmos conta de que a vida não é um conto de fadas e, portanto, que não há fórmulas mágicas ou varinhas de condão que transformem automaticamente nossas vidas. Na euforia das comemorações, passamos ao largo da profunda metáfora contida nessas festividades: a oportunidade de renascer.

Assim, como diz minha conselheira Dª Nena, não basta sonhar, acreditar, prometer. Para renascer, há que pôr mãos à obra. Sair do conformismo, do medo das transformações e agir construtivamente, pois não nascemos prontos e acabados. Somos arquitetos de nós mesmos, seres livres para (re)construir a nós próprios e ao mundo do qual somos parte integrante, queiramos ou não.

Um mundo que precisa de nós tanto quanto precisamos dele para nossa própria sobrevivência. Uma liberdade que envolve sempre a liberdade do outro, seja ele quem for e que, Graças a Deus, impõe parâmetros a nosso egoísmo, pois é a livre existência do outro que nos permite encontrar um sentido para a aventura do existir. É no relacionamento com o divino, conosco mesmos e com a Natureza que construímos nossa própria humanidade.

Que as festas de fim de ano, desta vez, não se resumam a um consumismo repetitivamente alienado, mas que nos possam trazer maior conscientização sobre seu(s) verdadeiro(s) significados. Natal, como um renascimento da virtude da compaixão por nossos irmãos na Terra que, ao compartilhar dores e alegrias, mitiga aquelas, aumenta estas. Ano Novo, como uma possibilidade de recomeçar, de reconstruir relações e de ‘crescer junto’, tornando mais digna e mais feliz esta incrível experiência que é viver.

Publ. na “Coluna da Suzete”, do Jornal Gazeta do Ipiranga, ed. de 17/12/2010, pág. A-2.

2 comentários:

Eugênia Pickina disse...

Olá, Suzete. É isso mesmo: "possibilidade de recomeçar". Talvez essa necessidade seja revitalizada nessas épocas, quando paramos para refletir o que somos e o nosso desejo de vir-a-ser. Abençoado seja o Novo Ano com seus encantos e aberturas. Obrigada. Beijos. Saudades.

Suzete Carvalho disse...

Olá, Eugênia
Sua presença por aqui é sempre uma dádiva. Grata.
Abençoado, sim, seja o Ano Novo, para tod@s e para cada um(a) de nós.
Abraço carinhoso.
Namastê