sábado, 11 de fevereiro de 2012

Carnaval 2012

É tempo de Escolas de Samba. Escolas sim, de arte e técnica, de civilidade e pesquisa, a preparar especialistas que a cada ano se superam para fazer dessa festa nacional, aquele que é considerado um dos maiores espetáculos populares da face da Terra.
Escolas que recontam, sob o signo da alegria e da beleza, a vida e a obra de grandes personalidades internacionais, mas principalmente, que cantam o rico folclore e as histórias de nossa gente, um povo que talvez somente se dê conta de sua própria grandeza nesses momentos de descontração, em que as agruras do cotidiano se banalizam ante a constatação de quão árduas foram as nossas lutas, quão espinhosas e merecidas nossas conquistas.
Minha conselheira Dª Nena, que sempre encontra uma forma de quebrar minhas empolgações literárias, me interrompe para lembrar que, talvez, o estereótipo (como dizem os mais eruditos) de que o povo brasileiro “só pega no batente” após o Carnaval é um mito que pode estar ligado à questão das prolongadas férias escolares, bem como do recesso tradicional de algumas categorias, como por exemplo a Magistratura.
O bom de possuir um “alter ego” personificado, é que se pode exercitar o direito de contestação. Fiel, portanto, ao meu temperamento crítico-contestador, faço uso desse direito: - “Procede, mas não justifica, querida, até porque já tratamos do tema da pretensa indolência da população brasileira, na crônica publicada em fevereiro do ano passado, sob o título “De Carnavais e outros Ais”. Lembra, agora?”.
Flagrada num, digamos assim, pequeno deslize, Dª Nena tenta prolongar a discussão, mas cala e se afasta com dignidade, ao perceber que o espaço de que dispomos não comportaria o debate. Além do mais, nuvens negras prenunciam a chegada de águas que lavam o verão. Missão cumprida, alma lavada, desligo o computador com medo de uma queda na energia...
Feliz Carnaval.

COLUNA DA SUZETE, in Gazeta do Ipiranga nº 2731, 10/02/2012, Caderno D, pág. 06.

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