segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Tênue tecido vital


Tênue tecido vital

 

“Passo a passo prosseguia

sem  dar atenção ao   

invasor a esgarçar-lhe 

a área  patelar

até transformar 

seus garbosos passos 

em trôpego andar.   

Apegando-se tão só 

ao  tempo presente

caçador que era

de  prazeres  sensórios 

acreditava-se imune 

às garras do futuro.     

De súbito a doença    

insidiosa prostrou-o 

e   a  vida virada 

do avesso  esgarçou

o tênue tecido mental 

que revestia seu  

viver ilusório.    

Em decúbito 

dorsal   puseram-no

 dependente a aguardar 

que o tempo

esgarçasse de vez 

sua  textura vital.”

 

sc/06/10/94 – 16h35 : A poesia foi escrita há algum tempo...  Há poucos minutos, ele encontrou, enfim, a Paz!!! 

2 comentários:

Anônimo disse...

Tão honestas, misteriosas e cármicas estas palavras, Su. Mas graças pela libertação... Que ele esteja abraçado pela Clara Luz. Cariño. Eugênia.

Suzete Carvalho disse...

Sim, Eugênia querida, libertar-se do sofrimento é sempre motivo de gratidão. Receber palavras confortadoras de uma amiga sempre presente (ainda que distante no espaço) também o é!! Meu carinho a você também.