segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O Olhar da Caprichosa


Meu livro O Olhar da Caprichosa - A arte de lidar com inveja, preconceito e fenômenos afins, SP:Editora Batel, 2014, 302 págs, já está a venda nas melhores livrarias.






sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Sugestão


“Não sei se por pudor 

ante tanto terror 

me ocorreu sugerir 

plantar uma semente 

reencantar a vida sofrida 

falar de amor 

somente.”

 

Sc/21/08/2014

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

De onde vem?


De onde vem?

 

“De onde vem 

essa ânsia 

incontida 

de tentar entender 

o paradoxo da vida 

de transcender 

saber  ler  

além da matéria 

da miséria 

de um mundo 

complexo 

às vezes bom 

outras  perverso?

De onde vem 

esse som 

esse tom 

de compaixão 

esse dó 

re mi fa 

sol la si 

qual música 

das esferas 

a me rondar 

sem se fazer ouvir? 

De onde vem 

essa Luz

que me cega 

esse calor 

abrasador  

que enregela 

o coração?  

Que paixão é essa 

que não tem fundo 

meus cabelos eriça 

me atravessa 

a alma e a razão 

e me obriga 

a escrutar 

cada estrela 

cada teia 

cada sonho 

cada grão 

de areia 

em busca  da unidade

do multiverso? 

Faz sentido 

tentar harmonizar

o anverso 

e o reverso 

ou é tudo é em vão 

e sou um caso perdido?”

 

sc/04/08/2014

 

 

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Normais?


NORMAIS?

 

 “As pessoas 

mais normais 

são tão  

paradoxais  

umas menos 

outras mais 

sem que haja 

exceção 

são sadias 

são doentes 

maldosas 

benevolentes 

pretensiosas 

carentes   

falíveis 

onipotentes 

são leais 

são traidoras 

inaptas 

competentes 

submissas 

prepotentes 

invejosas 

altruístas 

pacientes 

irascíveis 

diferentes 

tão iguais 

as pessoas 

são incríveis.” 

 

sc/DEZ/2012 

 

 

terça-feira, 22 de julho de 2014

Maria Alice


Maria Alice

 

“Grande amiga, quase irmã 

gostava de codinomes 

chamava-me Suzi Bel 

tratava-a por Mary Mel 

loucura pouca é bobagem 

dizia com muito charme 

mas um dia extrapolou 

e lançou um desafio 

pra testar minha coragem 

propôs um pacto à antiga 

só se não for de sangue 

manguei com a minha amiga 

me encarou falando a sério 

quem de nós morrer primeiro 

dá um jeito de voltar 

e contar todo mistério 

ponto a ponto por inteiro 

dessa passagem secreta 

e qual será nosso código 

perguntei de brincadeira 

prontamente respondeu 

proponho um puxão na perna 

ou uma boa gargalhada.

 

Como sói acontecer 

o tempo se encarregou 

de afastar nossos caminhos 

mas um dia a encontrei 

e perguntei se lembrava 

do nosso trato maluco 

Alia jacta est 

 não tem como sair dessa 

foi o que me respondeu 

o pacto está selado  

pra confirmar brindaremos

com um gole deste suco 

de uva a lembrar o sangue

rimos e nos abraçamos  

novo encontro combinamos 

mas por obra do destino 

mão mais nos reencontramos.

Eis, porém, que certo dia 

não muito tempo depois

o telefone tocou... 

tive um doloroso impacto 

um mal súbito a levara 

alguém me comunicou 

sequer me lembrei do pacto 

e o  tempo foi passando 

a vida continuando 

a memória se esgarçando  

até que ontem, do nada 

me bateu uma saudade...

e eis senão que de repente 

um arrepio me percorreu 

 tive a nítida impressão  

de ouvir sua risada 

debochada, escancarada.

Seria imaginação?   

Na dúvida, fico alerta 

de alma e de mente aberta 

a qualquer revelação 

e aqui me comprometo 

a transmitir  aos leitores 

toda e qualquer descoberta.

Pacta  sunt servanda!”

 

sc/22/07/2014

 

 

 

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Relação Ambivalente


Relação Ambivalente

 

 

“Travo com as palavras  

relação de intimidade

ambivalente

quase...pecaminosa

eu as provoco

elas me desafiam

sirvo-as em bandeja de prata

me expõem em praça pública

fustigo-as durante o dia

atormentam-me à noite

inverto-as e subverto-as

mas se recompõem

à minha revelia 

e quando creio  

estar no comando

percebo-me à sua mercê.

 

Brincalhonas

diria mesmo 

abusadas  

escondem-se quando  

mais delas necessito

e reaparecem

debochadas

em horas inoportunas

pretendem-se poderosas 

porque as realço

em toda a força

de seus significados

pretendem-me frágil

porque se acreditam

a ultima ratio

de minha existência. 

 

Nada obstante

eu as venero

descendentes que são

do próprio Verbo Divino.

 

Sc/16/07/2014.

Adaptação poética de reflexão postada aqui, em data de 28/10/09, sob o Marcador Reflexões