segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Ao poeta

Dirão que já se disse tudo.
Mas isso é absurdo!
Pois se o mundo se transforma a cada momento,
Se a mente se recria a cada pensamento,

Se a vida é puro movimento,
Ninguém jamais tudo dirá, ou fará, ou saberá.

Então, o poeta não pode se omitir.
Sua missão é criar eternamente.
Mesmo que de barro,
Cheio de catarro
Há que se expor abertamente.
E há que transmitir de corpo e mente
Que há perspectiva em cada semente.

Há que alertar contra o perigo e o inimigo
E que descobrir utilidade no monturo,
Por trás do muro;

Há que separar o joio e o trigo
E que pressentir o belo no impuro.
Só não se lhe pode permitir
Alienar-se, com medo, no obscuro.




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