quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Sobre a Bhagavad Gita


(Prolegômenos ao resumo de uma leitura metafórica)



A Gita, no meu humilde entender, nada mais é do que um grande papo entre o Ego (personificado por Arjuna) e o Superego (Krishna). Em outras palavras: Sabe aquela viagem às profundezas de seu próprio ser? Pois bem: Krishna (seu Eu superior ou divino) é o piloto.

Importante lembrar que essa Sublime Canção foi extraída de um “momento” do grande épico hindu “Marabharata” (Grande Índia), um dos maiores e mais conhecidos “relatos”, ao lado do Ramayana, das escrituras védicas.

Dito isso, ouso uma interpretação: O Mahabharata é você, ser humano integral. Você e todas as suas instâncias. Você e suas lutas homéricas com vistas ao transcendente. Sim, cada um(a) de nós é um grande épico, uma grande metáfora da condição humana.

A Gita, um néctar do Mahabharata, canta, em seus 700 versos, um poema de redenção, retratando apenas o instante (o campo de Kurukshetra) que precede uma das mais importantes batalhas travadas por Arjuna - uma “guerra justa” entre as principais forças do ser humano -, em que os dois ramos rivais (da mesma família), os kurus e os Pandavas, se alinham para o enfrentamento.

Essa, a meu ver, é a mais trágica disputa pelo Poder, a que se trava no interior do ser humano, mantendo-o em perene tensão entre as forças contrárias que o impelem.



sc/12/09/2012

Cf. prometido, há dias, em comentário a uma postagem da amiga Sonique Mota no facebook.



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