VIDA
BURLESCA
“Escrevo
de corpo e alma
tanto em
prosa quanto em verso
não sei
se é minha a alma
ou se é
do Universo
escrevo
no dia a dia
e também
na noite adentro
em busca
do epicentro
que
deflagra a inspiração
mas por
vezes confusão
perco a
calma a alma a palma
afundo
em melancolia
elucubro
e tergiverso
busco
nova melodia
mudo o
tom e desconverso
finjo
estar em euforia
novos
rumos nova vida
em altos
brados proclamo
tentando
me convencer
de que
há como escapar
das
tramas que as moiras tecem
embora
no fundo eu saiba
que não
passa de utopia.
Resultado
adverso
por fim
me dou por vencida
faço a
volta e recomeço
sigo em
frente
enfrento
a mente
e torno
ao que mais eu amo
plantando
nova semente
escrevendo
dia a dia
escrevendo
noite a dentro
mente,
alma e corpo acalmo
linha a
linha palmo a palmo
linhas
retas linhas tortas
nas
ondas do meu viver
pois são
muitas as questões
que
espero resolver
são
dores e são mazelas
tristezas
e esparrelas
são
dúvidas e ideais
caminhos
a percorrer.
Será que
fazem sentido
tantas
considerações
poético-filosóficas
ou
simplesmente serão
palavras
desavisadas
e
meramente utópicas
embora
as tenha vivido
na alma
e no coração
ah! quem
sabe busco em vão
entender qual a razão
de
estarmos a girar
nessa
nave gigantesca
no
Cosmos a penetrar
tendo
uma visão dantesca
do
espaço sideral
sem
sequer poder saber
quem
somos pra onde vamos...
ah! a
condição humana
sempre
paradoxal
por
vezes angelical
por
vezes animalesca...
que
situação burlesca!”
sc/ 2013
Publ. in “Palavras Desavisadas de Tudo –
Antologia Scortecci de Poesias, Contos e Crônicas 2013” vol.I, 1.ed.,
SP:Scortecci, 2013, pág.232/233.
Nenhum comentário:
Postar um comentário