domingo, 18 de agosto de 2013


VIDA BURLESCA

 

“Escrevo de corpo e alma 

tanto em prosa quanto em verso 

não sei se é minha a alma 

ou se é do Universo 

escrevo no dia a dia 

e também na noite adentro 

em busca do epicentro 

que deflagra a inspiração 

mas por vezes confusão 

perco a calma a alma a palma

afundo em melancolia 

elucubro e tergiverso 

busco nova melodia 

mudo o tom e desconverso 

finjo estar em euforia 

novos rumos nova vida 

em altos brados proclamo 

tentando me convencer 

de que há como escapar 

das tramas que as moiras tecem 

embora no fundo eu saiba 

que não passa de utopia.

 

Resultado adverso 

por fim me dou por vencida 

faço a volta e recomeço 

sigo em frente 

enfrento a mente 

e torno ao que mais eu amo 

plantando nova semente    

escrevendo dia a dia 

escrevendo noite a dentro 

mente, alma e corpo acalmo   

linha a linha palmo a palmo 

linhas retas linhas tortas 

nas ondas do meu viver    

pois são muitas as questões 

que espero resolver 

são dores e são mazelas 

tristezas e esparrelas 

são dúvidas e ideais 

caminhos a percorrer. 

 

Será que fazem sentido  

tantas considerações 

poético-filosóficas 

ou simplesmente serão 

palavras desavisadas 

e meramente utópicas 

embora as tenha vivido 

na alma e no coração 

ah! quem sabe busco em vão 

 entender qual a razão 

de estarmos a girar 

nessa nave gigantesca 

no Cosmos a penetrar 

tendo uma visão dantesca 

do espaço sideral 

sem sequer poder saber

quem somos pra onde vamos...

ah! a condição humana 

sempre paradoxal 

por vezes angelical 

por vezes animalesca...    

que situação burlesca!”

 

sc/ 2013

Publ. in “Palavras Desavisadas de Tudo – Antologia Scortecci de Poesias, Contos e Crônicas 2013” vol.I, 1.ed., SP:Scortecci, 2013, pág.232/233.

 

 

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