quinta-feira, 11 de outubro de 2012

COLUNA DA SUZETE




Um outubro (ainda mais) Rosa



A primavera, este ano, chegou um tanto indecisa, alternando “veranicos” e invernicos”, talvez a se solidarizar com nossas próprias indecisões e emoções abaladas pelas perdas e ganhos das últimas semanas ou – o que é mais lógico e provável –, talvez essa seja mais uma das formas de reação da Natureza ao descaso com que tem sido tratada desde sempre pelo ser humano.

Aliás, parece-me que a ideia aplica-se também às questões político-sociais, nas quais o interesse pessoal, infelizmente, tem sobrepujado o interesse coletivo, subvertendo um dos princípios fundamentais que deveriam nortear a vida em sociedade: o bem-comum, respeitadas as diferenças individuais.

Apesar desses pesares, nossa Região é privilegiada, pois basta um olhar ao entorno da Avenida Dom Pedro, rumo ao Parque da Independência – como, verdade seja dita, em outros tantos logradouros dessa Terra abençoada -, e nossas esperanças se renovam ante a festa colorida com que as flores dos ipês se oferecem ao olhar, sem preconceitos sequer contra a ausência de cidadania que ainda nos acomete.

Esse cenário deslumbrante com que a Primavera nos presenteia, aliado às tantas comemorações entre as quais destaco o aniversário do líder pacifista Mahatma Gandhi no dia dois, não por acaso celebrado como o Dia Internacional da Não-Violência e também dos Anjos da Guarda, o que nos leva às homenagens a personalidades santificadas, da lavra de Terezinha do Menino Jesus (dia primeiro) e de Francisco de Assis (dia quatro), são ícones do amor inconteste que só por si teriam, a meu ver, o condão de sacralizar o mês de Outubro.

Minha sugestão é, já que estamos exatamente no Dia da Criança e às vésperas do Dia dos Professores, que repensemos juntos nossos hábitos consumistas e seu impacto sobre o meio-ambiente, com vistas a outubros verdadeiramente primaveris e coloridos para todos. Esse é o primeiro passo, como lembra minha sábia conselheira Dª Nena, para irmos conscientizando as novas gerações sobre sua própria responsabilidade para a preservação da Natureza.

Enfim, já que vivemos num país de maioria católica, lembro ainda que hoje o dia é também consagrado à Padroeira do Brasil, mas o mais importante, quero crer, é que nos respeitemos mutuamente em todos os momentos, sejam quais forem nossas crenças, status e opções de qualquer espécie, pois, queiramos ou não, somos todos interdependentes e, se não nos conscientizarmos disso a tempo, só nos restará dizer “Nunca mais”, como “O Corvo” de Edgard Alan Poe.



Publ. hoje, 11/10/2012, em m/Coluna no Jornal Gazeta do Ipiranga, Cad.C-4.

3 comentários:

Anônimo disse...

Querida, que lindo e delicado! Adorei... Bj Eugenia

Anônimo disse...

Querida, concordo com suas sugestões... Um outubro mais lúcido. E hoje, no dia do professor (a), nosso vibrar de carinhos e gratidão àqueles que são pouco valorizados pela lógica do capital, mas caros e preciosos ao "estatuto" do humano e à "lógica" do coração, da intuição, do sentimento e todos os caminhos que levam à autonomia com solidariedade. Beijinhos. Eugenia

Suzete Carvalho disse...

Sim, "autonomia com solidariedade". Obrigada pelos comentários sempre oportunos e enriquecedores, Eugênia, amiga do coração. Beijinhos também. Namastê.