quarta-feira, 15 de abril de 2009

O Direito e a Moral

Poder-se-ia dizer que a era presente, altamente tecnológica, também avança juridicamente a passos largos? Será que o homem tem aliado seu avanço científico a uma evolução do Direito que o faça não só compreender como também merecer as grandes e seguidas descobertas atuais?
Terá, por outro lado, a ciência jurídica, mantido estreitos laços com a MORAL ou dela se terá distanciado, valorizando a máquina em detrimento daquele que a criou? De fato, o que se tem notado é que o Direito também evoluciona rapidamente, porém, sem tempo para aquelas deliciosas divagações filosóficas que eternizaram os povos da antiguidade.
Talvez a história tenha, nas últimas décadas, não obstante a criação de grandes Organizações Internacionais, tratado o problema jurídico de forma estritamente científica, a exemplo do que tem feito em todos os outros campos, relegando para segundo plano a Filosofia Jurídica e o Direito Natural.
É bem verdade que o progresso tem determinado o nascimento diuturno de novas situações que exigem soluções rápidas e objetivas. Mas, não deixemos que esse estado de coisas nos envolva a ponto de nos afastar de nossos mais recônditos princípios. Não nos esqueçamos de que somos seres pensantes, não só atuantes.
Temperemos cada uma de nossas atitudes com uma pitada de amor, a fim de que possamos realmente saboreá-las. Humanizemos toda essa técnica, toda essa ciência em vez de nos deixarmos materializar com elas. Filosofemos um pouquinho, só um pouquinho, nas horas vagas e descobriremos que ainda já flores nos jardins e sorrisos nos lábios das crianças.
Voltaremos então a dar valor à moral e ao jus naturalismo, a fazê-los conviver com nossa técnica. Quem sabe, assim, possamos responder afirmativamente aquelas indagações; posamos merecer esta evolução sem precedentes, conscientizando-nos, acima de tudo, de que somos imortais.

*Publ. em agosto de 1975, no Jornal “O Arauto do Pentágono” (Jornal com sede em São Caetano, que circulou no ABC de 1992 a 1990), pág. 6.
**Recém-saída da Faculdade, sob o signo da ditadura e com um bebê de um ano, eu também ensaiava meus primeiros passos no campo literário e filosófico-jurídico.

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